quinta-feira, 1 de maio de 2025

Trabalho, dignidade em ação



Algumas coisas acontecem na nossa vida para revelar quem de fato somos, como reagimos no dia da adversidade e, igualmente, revelar quem são as pessoas do nosso convívio. Coisas ruins trazem a didática perfeita para nos confrontar, fazer nossos medos virem à tona para tratá-los, quebrar nosso orgulho ainda não trabalhado, aliviar nosso ponto de contato com a sabedoria vinda de Deus quando já a temos. Coisas boas fazem a gente se sentir feliz, realizado, desejosos de compartilhar com nossos amigos, seja para dividir o ganho ou até mesmo para demonstrar o quão importantes somos; ostentar, né? Mas quem quer divulgar as perdas, hein?

Entre 2000 a 2001 eu era empresária na minha cidade, Campina Grande, Paraíba. O ramo de atuação era escola de informática, bastante promissor à época; mercado que já atuava desde 1998. Eu não tinha formação universitária na área, e embora tivesse cursos profissionalizantes para poder transmitir conhecimento, além de uma boa desenvoltura/didática para ensinar, meu desejo era formação superior. A escola funcionava todos os dias nos três expediente e também aos sábados, e se fosse aberta aos domingos, como era na escola onde trabalhava antes de ter a minha própria, haveria aluno também. Ou seja, não me sobrava tempo para mais nada a não ser dar aulas, trabalhar.


O local onde a escola funcionava era um prédio empresarial bem localizado na cidade. Haviam empresários de outras áreas, profissionais liberais que tinham salas no mesmo local, pessoas queridas que dividiam o empresarial comigo e nossa equipe de trabalho. Fiz amizade com a dona do prédio e sua família e muitos dos que ali trabalhavam, foi um tempo muito bom e de bastante crescimento (agradeço demais a Deus pela equipe que trabalhava e por sua importância para mim!). Porém, no ano de 2001 passamos por uma crise e a escola teve que ser fechada. Um dos motivos foi uma parceria feita com um órgão público que não cumpriu sua parte no acordo em tempo hábil. Os dias e horários reservados para os alunos, funcionários públicos oriundos desse setor, ficaram vagos e o prejuízo veio imediatamente. Obviamente, minha pouca experiência com negócios foi determinante nesse caso, não tinha elaborado nenhum plano de contingência caso algo do tipo acontecesse.


Mas o que me estava reservado era algo maior, mais desafiador, que requereria mais de meu brio, das minhas emoções, da minha psique. Após o fechamento da escola e de resolver toda a burocracia que isso demandou, lembro-me bem que precisei deixar alguns equipamentos em uma sala vazia do prédio por algum tempo. Como não estava em condições financeiras para alugar a sala, fiz uma permuta de serviço com a dona: enquanto meus equipamentos  estivessem lá e nenhum inquilino locasse o lugar, eu faria a limpeza da área social do prédio como forma de pagamento da sala. Isso mesmo, passei uns dois ou três meses fazendo a limpeza uma vez por semana do prédio onde fui empresária! Havia o zelador, mas um dia por semana ele não ia (acho que às sextas, agora não lembro ao certo) e eu fazia a limpeza com resignação. 


Certa vez, um colega empresário chegou para trabalhar e me viu zelando o prédio. Falei com ele como de costume e continuei o serviço. Lembro-me do choque que ele teve e sua reação. Lembro-me também de sua abordagem teológica ao me ver naquela situação: foi visível as lágrimas em seus olhos, a decepção estampada em seu rosto e sua compaixão por mim. Conversamos um pouquinho no local e citei os textos bíblicos que davam fundamentação teórica para tentar confortá-lo no momento. Confesso que não esperava aquela reação dele, especialmente porque o argumento teológico que ele usou foi que, em síntese, como filha de Deus não poderia aceitar uma “derrota”.  Porém, eu tentei mostrar-lhe que racionalmente estava sendo prática resolvendo com a força do meu trabalho uma questão financeira, assim como também havia pago uma dívida com o que tinha de mais moderno em loja (ainda bem que foi a familiares), e que ao contrário de derrotada estava era grata por ter conseguido a sala para meus outros equipamentos por um preço bem baixo. E teologicamente meu argumento foi Paulo e sua carta aos Filipenses 4


¹¹ já aprendi a contentar-me com o que tenho.

¹² Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
¹³ Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece. 

Ao final da conversa, graças a Deus, nós dois saímos reconfortados pelo Espírito Santo. Não foi fácil para mim encarar alguns olhares reprovadores e julgadores, principalmente, porque estava ainda sem entender direito meus sentimentos. Mas a fé em Jesus e em Seu testemunho escrito na Bíblia me davam forças para superar tudo aquilo e prosseguir. De alguma maneira eu sabia que no plano espiritual tudo aquilo tinha um propósito de ser, e me serviria de experiência para outros enfrentamentos no futuro. Vale lembrar, que eu era nova convertida, tinha apenas meses que havia me tornado discípula de Jesus. Ah, trabalhei também como vendedora na Terral, uma loja de roupas que ficava ao lado do prédio da escola de informática.


E foi a partir dessa capacidade que Deus me deu de trabalhar em várias áreas, de enfrentamento da vida, de coragem para lutar, e sobretudo de um cérebro ávido por aprendizagem, pela verdade do que significa a vida, que dois anos depois tive a oportunidade de parar de trabalhar para estudar. Fazer o curso superior que tanto almejava. Fiz logo dois vestibulares, um para Computação na UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) e Engenharia Civil na UFCG (Universidade Federal de Campina Grande). Passei em ambos, cursei os dois simultaneamente e os concluí, por bondade de Deus. Não me pergunte como consegui esse feito, que eu mesma não sei. Mas quem estudou comigo sabe o quanto eu era focada e amava estudar; amo! Aliás, esse blog foi criado fruto de uma disciplina do curso de Computação.


Você que está lendo esse texto e acha que sua situação não tem mais jeito, que tudo está perdido, se sente humilhado(a), que sua missão aqui nessa vida acabou, por favor me escute: você já fez o seu papel e está sem forças, já se esforçou o suficiente, lutou demais e por muito tempo? Eu quero te dizer que antes de passar e cursar os dois cursos universitários dos meus sonhos, eu havia parado de estudar por uma tragédia pessoal que me aconteceu logo depois que concluí o ensino médio com êxito! Eu não tinha mais esperança em voltar a estudar, aliás eu saí, inclusive, de minha cidade e fui embora desesperada. Mas quem me permitiu ir e vir, passar por tudo que passei, me trouxe de volta para fazer aquilo que Ele mesmo me deu por missão: testemunhar de Jesus Cristo por onde quer que fosse e seja lá o que fizesse, sob qualquer circunstância da vida. Porque Deus é Deus que efetua em vós tanto o querer como o realizar segundo sua boa vontade (Filipenses 2:13). Tudo é sobre Ele.


Lembre-se, não é tua função que te define, se empresário(a) ou zelador(a), não é tua formação, nem tuas posses, nem mesmo a falta delas. O que te define é o Sacrifício do Deus vivo que morreu na cruz do calvário e ressuscitou por ti. É a tua confissão consciente na crença do Filho de Deus. É Jesus quem te justifica, é Ele que sabe o que contém em teu coração, tua intenção, tua vontade de acertar e vencer, independente da aprovação dos outros ou não. Busque o entendimento pessoal do que está escrito sobre o Filho de Deus: O porquê Ele nasceu de forma tão humilde e até humilhante aos olhos dos homens, mas no plano espiritual havia um coral de anjos cantando para a majestade do Deus que veio como homem à terra. Aprenda o porquê Jesus morreu na cruz e tantos ressurgiram dos mortos com sua ressurreição também. Foi unânime a morte de Jesus na cruz; todos viram. A negação de sua ressurreição só se deu por parte de quem quis omitir que Ele fosse o Messias prometido; conveniente não é? Portanto, basta honestidade intelectual para se fazer uma pesquisa e revisitar o acervo bibliográfico ao longo da história e esclarecer qualquer dúvida que você tenha. Chegue à sua própria conclusão racional e espiritual. Alguns fizeram isso, como Josh McDowell, por exemplo. Ele tentou provar que a ressurreição de Jesus Cristo não havia acontecido e se deparou com muitas provas documentais importantes.


Permaneça de cabeça erguida, caro leitor. Independente do seu trabalho, função, ou cargo, o mais importante da vida é sua identidade em Deus, sua dignidade em executar qualquer missão que lhe chegar às mãos para fazer. Faça com amor, destreza, dedicação e alegria. Sua principal recompensa vem de Deus, provedor de todas as emoções e sentimento que satisfazem o ser humano. E assim você poderá dizer verdadeiramente: “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”. Por isso digo sempre: somos filhos de Deus que eventualmente realizamos alguma função.


Feliz dia do trabalho de 2025.


Simone Silva.




sexta-feira, 18 de abril de 2025

Carta para Jesus


Amado, 

Me amas, desde a fundação do mundo, me amas. Que amor incondicional é este, Mestre? 

Vieste. Como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Como Deus santo, puro, perfeito em virtude e amor vieste. Como homem nasceste: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Emanuel". Não tinhas aparência, nem formosura que o pudessem desejá-lo, assim foi predito setecentos anos antes. A profecia se cumpriu. Te revelaste ao mundo dos caídos. Que amor é esse!? Quanta humildade para tornaste humano como eu!? Tamanha é a malignidade do meu pecado que foi preciso um gesto tão grandioso desses para resgatar-me!!! Que amor é esse!? Te importas tanto assim!? 

Compreender. Como todo esse amor caberia em minha pouca compreensão!? Por que suportou toda aquela dor por mim!? A dor da afronta, da perseguição, da traição, dos açoites, das blasfêmias, da morte destinada para os piores criminosos, a cruz. Mas essa não foi a pior parte, porque os teus apóstolos passaram e suportaram o mesmo. Porém a dor da pior angústia e aflição, que nenhum outro passou e retornou à VIDA novamente, essa sim, foi o horror ao ponto de expressar-te: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Na pior condição que um ser pode suportar, suportaste por mim: a ausência do Pai! Quanto tormento, amado Jesus!! Como pudeste fazer isso por mim, uma vil pecadora!? Eu não mereço nem mesmo um momentinho aos Seus pés enxugando-os com meus cabelos! Não sou digna de que entreis em minha casa!!! 
Abba, me entregaste ao Cordeiro! Como assim!? A luz resplandece nas trevas, e essa Luz é o Resplendor da glória do Pai, a força motriz criou e mantém o Universo, Deus Trino! Que Plano é esse para incluir pecador!? Justo eu!? Frágil, pequena, pobre, humana demais! 

Sim! Que impacto causaste na minha alma, Senhor, no dia de hoje! Que bombardeio de poder é esse!? Poder em contemplar-Te na mais profunda beleza de uma pequena fagulha de Tua grandeza! Dia inesquecível! Sinto! Sempre foi você, Senhor, nunca me deixaste sozinha nem por um momento se quer. O meu castigo e pavor levaste sobre Si, esmagaste todo o mal e dissipaste toda treva da minha vida naquela cruz: a ausência do Pai. Tudo se fez novo!! Aleluia!!! Reservaste o dia de hoje no ano 1977 para trazer-me a esse mundo, agora eu sei o porquê! Como uma substância ainda informe estavas lá me guardando no útero materno. Sempre foi sobre o quanto És grande demais para se importar com alguém como eu. 

Me fizeste livre! Me livraste da morte eterna, do inferno. Como poderei não me importar com isso mais!? Quebraste-me. Na minha humilhação, na perda e sofrimento quebraste meu ego, minha dureza de coração, minha arrogância. Títulos, ou posses, ou aparência não me define. Humilhar-me-ei debaixo de Tua potente mão, porque é esse o lugar do encontro. Lugar de Sua presença Santa e segurança inabalável. Eis-me aqui, Jesus, uma simples vida, agradecida e honrada por Tua revelação a mim. Amém. 

Simone Silva. Campina Grande, 18/04/2025.

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Um clamor inconsciente por um "salvador"

O mundo clama por mais humanidade, por paz, por mais amor. É legítimo esse sentimento. As pessoas não aguentam mais tanta perversidade, impunidade, tristeza, desordem em todas as áreas da vida. Porém, enquanto o mundo não reconhecer a Jesus Cristo como Filho de Deus nada disso vai acontecer. Por uma razão muito simples, o que opera no mundo hoje é o controle de Satanás, e sua missão, obviamente, não é paz, não é amor e sim mentiras e destruição como o próprio Cristo proferiu em João 8.38,44:

Eu falo das coisas que vi de meu Pai, vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai. Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhes os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai a mentira.

Sem Cristo, sem Jesus não há operação de nada que seja verdade. Cristo Jesus não é um sistema, não é uma religião, nem muito menos um controle mental. Ele é Deus que se fez homem, que SE DEU, habitou entre nós e deixou o caminho para um relacionamento íntimo com o Pai. Qualquer um que busque para si subserviência, busca controle e adoração, busca o senhorio que só Deus o tem. Ele sim criou todas as coisas, enviou seu Filho para a MORTE em resgate de muitos. Logo, o mínimo que um filho de Deus deve fazer é crer em Jesus e obedecê-Lo. Humanidade sem Cristo é religiosidade e "farisaísmo", como a classe de pessoas a qual o Senhor Jesus proferia o discurso acima. Em 1 João 5:1-5 está escrito:

Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos, porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho e Deus?

Francis Schaeffer diz em The God Who Is There, citado no livro da Norma Braga: A mente de Cristo: Conversão e Cosmovisão Cristã:

O cristão precisa resistir ao espírito do mundo. Mas, quando afirmamos tal coisa, precisamos entender que o espírito do mundo não toma sempre a mesma forma. Então, o cristão precisa resistir ao espírito do mundo na forma que ele toma em sua geração. Se ele não o fizer, não estará resistindde modo algum ao espírito do mundo. 

A missão do cristão é exortar o mundo a crer em Jesus como Senhor e Salvador. Não há homem algum que não sofra influência espiritual enquanto viver. E, evidentemente, para estar sob a influência certa é preciso crer que Jesus é o Filho de Deus, obedecer seus mandamentos e resistir ao diabo, ao espírito do mundo que é Satanás.

O espírito mundano quer que a humanidade pense que tudo se resume a uma visão de que as relações humanas não passam de luta pelo poder. Instiga ao ceticismo como uma "prova" de intelectualidade. Promove uma antirreligiosidade soberba e militante (entende-se por antirreligiosidade a perseguição aos cristãos). Se empenha ao máximo a proibir o questionamento ddeterminadas ideias consideradas "politicamente corretas". Persegue com fúria aos que decidem viver um estilo de vida em liberdade com Cristo, desproviddas algemas espirituais de qualquer opressor.

Portanto, é comum evidenciar os melindres de muitos ao perceberem que o estilo de vida cristã de seu próximo não é compatível em validar ideias antibíblicas, especialmente quando é para favorecer o orgulho e vaidades humana. Ideias essas que, às vezes, vão de encontro até mesmo às normas civis da sociedade. Alguns vão abandonar o cristão, inclusive, difamá-lo com pretextos mesquinhos, sob alegação de fraqueza, incompetência, entre outros... Nas palavras assertivas de Jesus escrito em João 16.33 diz:

Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.

Outrossim, as relações interpessoais de um cristão precisam ter reciprocidade e respeito. Certamente, quem o conhece de verdade, vai respeitá-lo, ainda que não concorde com ele. Porém, algumas vezes os estranhos crerão em Jesus só em observar a vida e perseverança do cristão. Lembro-me de um episódio com Paulo e Silas na cidade de Filipos,  relatado em Atos os Apóstolos 16:25-31:

Por volta da meia a meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos. O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo brandou em alta voz: não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos! Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para ser salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tu casa. E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa.

O clamor por mais humanidade, por paz e mais amor, na verdade é o clamor por um "salvador". Por um homem que promova a ordem social e gere um sentimento unânime nos indivíduos. É o espirito humano clamando por Seu Criador! Sua alma está sofreno pelo orgulho de não confrontar a realidade. Seu corpo tenta resistir firme aos efeitos incansáveis de ter seu espírito, alma e corpo sufocados nesta batalha. Nessa angústia toda, o homem acaba por aceitar qualquer proposta que alivie sua luta. Mas, ao homem também foi entregue a possibilidade de desejar abrir o coração para Deus, lutar com as armas certas e vencer essa batalha terminantemente:

Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. (Apocalipse 3:20). Portanto, tomai toda armadura de Deus para que possais resistir no dia mal e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (Efésios 6:13). 

Agora clame, clame pelo Verdadeiro Salvador: Jesus!

Por: Simone Silva.


Referências Bibliográficas: 

LOPES, Hernandes dias. Bíblia Pregação Expositiva: sermões, estudos e reflexões de Hernandes Dias Lopes / Hernandes Dias Lopes. /- São Paulo, 2020.

VENÂNCIO, Norma Braga. A mente de Cristo: conversão e cosmovisão cristã / Norma Braga Venâncio. São Paulo: Vida Nova, 2012.

 

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Último Trimestre de 2016

Pela graça de Deus, chegamos ao 4° Trimestre da EBD de 2016 com o tema: O Deus de toda Provisão - Esperança e Sabedoria de Deus para a Igreja em meio às crises.

Cremos que Deus tem suprido todas as nossas necessidades em Cristo Jesus, nosso Salvador e Senhor.

Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra. (Oséias 6:3)







Sumário

Lição 1 - A Sobrevivência em Tempos de Crise
Lição 2 - A Provisão de Deus em Tempos Difíceis
Lição 3 - Abraão, a Esperança do Pai da Fé
Lição 4 - A Provisão de Deus no Monte do Sacrifício
Lição 5 - As Consequências das Escolhas Precipitadas
Lição 6 - Deus: O Nosso Provedor
Lição 7 - José: Fé em Meio às Injustiças
Lição 8 - Rute, Deus Trabalha pela Família
Lição 9 - O Milagres Está em Sua Casa
Lição 10 - Adorando a Deus em Meio a Calamidade
Lição 11 - O Socorro de Deus para Livrar o seu Povo
Lição 12 - Sabedoria Divina para Tomada de Decisões
Lição 13 - A Fidelidade de Deus

terça-feira, 14 de junho de 2016

Uma Forma Esplêndida de Evangelizar



Com a graça de Deus, começaremos a partir do dia 03 de junho mais um trimestre da EBD com o tema: O Desafio da Evangelização - Obedecendo ao Ide do Senhor Jesus de Levar as Boas-Novas a Toda Criatura.  Segue o Sumário abaixo.



Sumário:
Lição 1 - O que É Evangelização
Lição 2 - Deus, o Primeiro Evangelista
Lição 3 - Igreja, Agência Evangelizadora
Lição 4 - O Trabalho e Atributos do Ganhador de Almas
Lição 5 - A Evangelização Urbana e suas Estratégias
Lição 6 - A Evangelização dos Grupos Desafiadores
Lição 7 - O Evangelho no Mundo Acadêmico e Político
Lição 8 - A Evangelização dos Grupos Religiosos
Lição 9 - A Evangelização das Crianças
Lição 10 - O Poder da Evangelização na Família
Lição 11 - A Evangelização das Pessoas com Deficiência
Lição 12 - A Evangelização Real na Era Digital
Lição 13 - A Evangelização Integral nesta Última Hora    


O que me chamou atenção hoje pela manhã quando lia uma publicação no site do irmão Eliseu Antônio Gomes foi que chegará ao Brasil, durante o período das olimpíadas, para uma grandiosa evangelização a “Arca de Noé”. Eu pensei – uau, que grande projeto evangelístico!!! – fiquei fascinada, pois tem tudo a ver com nossa lição do exato trimestre que a “Arca” chega ao Brasil.

Ao pesquisar mais um pouquinho descobri que realmente se trata de um grandioso sonho do missionário holandês Johan Huibers, empreendedor da construção civil que agora embarcou literalmente em seu sonho e está levando a Palavra de Deus a todos quanto ele alcançar.
Veja o vídeo abaixo mostrando a fabulosa obra de engenharia com a nobre missão de anunciar as Boas Novas de Salvação.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Mensagem Rápida de Whatsapp




São tantas heresias disseminadas pelo “falso evangelho”: prosperidade  terrena,
determinismo (determine sua bênção, cura, vitória, etc...) Desconstrutivismo, falsas ideologias... Vãs filosofias .

Tudo isso disseminado principalmente pelos louvores (louvor?).

Jesus está voltando e muitos estão iludidos com o "falso evangelho" se achando salvos, mas suas práticas não condizem com a Bíblia.

Deus vai requerer de todos aqueles que já tiveram o conhecimento da verdade, mas mesmo assim fazem o errado e consentem os que fazem.

- Mentirosos, que embora sabendo que o “falso evangelho” não redime o homem do pecado, não liberta, não salva, mesmo assim prosseguem no erro para não criarem inimizades.

- Covardes, que não pregam a Verdade por medo de serem rejeitados, perseguidos, caluniados.

- Injustos, pois detém a justiça de Deus que é a prática do Verdadeiro Evangelho e ainda cometem injustiças contra aqueles que, por amor à Palavra de Deus e às almas, decidem viver e pregar a VERDADE!

A essas três classes de "crentes" Deus fala com clareza em sua Palavra:  perderão a salvação!
1- mentirosos
2- covardes
3- injustos


1- Mas, ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a MENTIRA. (Apocalipse 22:15)

2- Mas os COVARDES, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte. (Apocalipse 21:8)

3- Porque vos digo que, se a vossa JUSTIÇA não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. (Mateus 5:20).

Arrependei-vos! Jesus está voltando!!!

Simone Tavares - EBD Monte Sinai.
Campina Grande - PB.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Erudição e piedade: uma entrevista com o pastor Antonio Gilberto

Excelente entrevista que o Blog Teologia Pentecostal fez com o amado Pastor Antônio Gilberto.
Foto tirada no 8° Congresso Nacional de Escola Dominical ocorrido de 12 a 15 de Março de 2015 em São Paulo - SP. Na foto: Marta, eu e Pastor Antônio Gilberto.
É um privilégio para nós congressistas ouvir e aprender com este grande homem de Deus. Que o Pai Misericordioso multiplique seus anos de vida entre nós e que todos eles sejam atuando sempre na direção do Espírito Santo para o nosso crescimento no Senhor.


 Por Gutierres Fernandes Siqueira
O Blog Teologia Pentecostal teve o privilégio de entrevistar o pastor e teólogo Antonio Gilberto da Silva. É consensual entre os assembleianos que o pastor Gilberto é a maior referência teológica da denominação. Neste ano Antonio Gilberto completa 86 anos. Ele é mestre em teologia, bacharel em psicologia, pedagogia e letras. É também mestre em educação pela Biola University, nos Estados Unidos. É membro da diretoria da Global University (GU), um complexo universitário das Assembleias de Deus norte-americana (AG). É também consultor doutrinário e teológico da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) desde 1997. Ainda atua como membro da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB). Foi membro do Conselho Mundial de Evangelismo do Congresso Mundial de Lausanne (Suíça). Ele também trabalhou na edição da Bíblia de Estudo Pentecostal (BEP), que foi publicada em dezenas de idiomas e está publicada em inglês como The Full Life Study Bible pela editora Zondervan. É autor de diversos livros como: Manual da Escola Dominical (também publicado em espanhol), Crescimento em Cristo, A Prática do Evangelismo Pessoal, A Bíblia Através dos Séculos, O Fruto do Espírito (derivado de um trabalho maior em inglês), Verdades Pentecostais e editou a Teologia Sistemática Pentecostal. Todas as obras foram publicadas pela CPAD. É autor de diversas Lições Bíblicas e é também membro da Academia Evangélica de Letras (AEL). Formou o CAPED, um curso de aperfeiçoamento de professor de Escola Dominical e atuou como professor de escolas teológicas das Assembleias de Deus no Brasil, Estados Unidos e Europa.
Apesar do vasto currículo acadêmico o que mais chama atenção no pastor Gilberto é a forma simples e piedosa de falar. Um exemplo para a atual geração. Vejamos essa entrevista agora.
01) Vários professores de teologia, especialmente conservadores, manifestam preocupação com o avanço do liberalismo teológico na sua versão pós-moderna entre os pentecostais. Há, inclusive, pentecostais levantando bandeiras da Teologia da Liberação, uma teologia que parecia até morta na década de 1990. O senhor enxerga tal fenômeno como relevante, ou seja, como motivo real de preocupação? Se sim, quais são as causas desse crescimento e como podemos responder ao fenômeno?
Sim, há um crescimento. E uma das causa é: a multiplicação do conhecimento secular. Eu não estou criticando, mas vemos apenas uma multiplicação do conhecimento secular sem o conhecimento divino, espiritual. Ficam acadêmicos maravilhosos- e eu não estou criticando, pois seria um absurdo criticar a academia-, porém o conhecimento secular sem conhecimento espiritual é uma falta. O conhecimento bíblico (ou espiritual) vem através do Espírito Santo.
E hoje não existe sabedoria secular. E ainda há sabedoria bíblica pelo Espírito Santo. O conhecimento bíblico sem sabedoria bíblica gera fanatismos e exageros. E sabedoria espiritual sem conhecimento bíblico gera estagnação, pois a matéria prima da sabedoria é o conhecimento. É só pegar Romanos 11 e 1 Coríntios 12 e veremos a diferença e a complementaridade entre conhecimento e sabedoria.
Então, a razão dessa distorção na teologia contemporânea é a multiplicação do conhecimento sem sabedoria. Como ilustração vamos lembrar Daniel 12.4 onde está escrito: “e a ciência se multiplicará”. E aí Daniel para. Ele não diz: “e a sabedoria se multiplicará”. E é isso que está acontecendo, pois há um avanço do conhecimento sem o avanço da sabedoria. Eu não estou criticando, volto a dizer. E nesse texto, cabe explicar, a palavra ciência pode ser traduzida em português como “conhecimento”. O sentido aqui não é avanço tecnológico, mas conhecimento como teoria.
Hoje vivemos um tempo onde nem mesmo o Batismo no Espírito Santo está sendo cultivando. Deus quer nos encher da plenitude do Espírito, mas Ele não viola nossa liberdade. Portanto, cabe a nos voltarmos a buscar essa sabedoria do alto a fim de não causarmos distorções advindas do conhecimento isolado.
E falando sobre Teologia da Libertação deixe-me recordar uma história, uma experiência pessoal. Fui professor do Instituto Bíblico Pentecostal (IBP) por 22 anos. E naquele período eu ministrava aulas de heresiologia. Na ocasião eu escrevi um texto criticando o marxismo-leninismo. Isso ainda era a década de 1960. Anos depois, no final da década de 1980, fui convidado por uma universidade europeia a escrever o material didático daquela escola. E numa das semanas eu estava de folga e aproveitei para passear. Na ocasião eu estava em Bruxelas (Bélgica) e vi uma agência de viagens da União Soviética (URSS). Eu ali entrei e disse: “Boa tarde. Sou brasileiro e quero fazer uma pergunta: como faço para ir a Moscou e quanto tempo é de viagem?”. O funcionário solicitou minha identidade e pediu para eu aguardar um tempo. Na volta o rapaz, que era muito educado, me disse: “sua entrada em Moscou está proibida”. E eu perguntei o motivo, até um tanto surpreso e espantado. E ele me disse: no ano X o senhor escreveu um artigo contra o marxismo-leninismo. E eu perguntei: “e se eu fosse mesmo assim”. E ele me respondeu: “o senhor iria preso”. E eu novamente perguntei: “e iria ser mandado para embaixada do Brasil?”. E ele: “Não, o senhor seria mandado para a Sibéria”. Como é que um artigo meu era conhecido por uma agência da União Soviética na Bélgica? E olha, nem existia a internet naquela época como conhecemos hoje. Eu nunca me esqueci dessa experiência com o estado policial. 
02) A igreja Assembleia de Deus norte-americana (AG) tem produzido acadêmicos que influenciaram e, ainda, influenciam o evangelicalismo como um todo. Ou seja, são teólogos que não falam apenas para pentecostais. Nomes como Gordon D. Fee e Craig S. Keener são tidos como exegetas de referência mesmo para aqueles que nunca pisaram numa igreja pentecostal. O senhor é também um nome muito respeitado no Brasil como teólogo profissional, mas comparado com o tamanho da Assembleia de Deus brasileira, ainda são poucos os nomes pentecostais de influência nos demais círculos protestantes. Qual o motivo? Falta apoio da própria denominação? Ou será uma visão mais preconceituosa dos evangélicos tradicionais para com os acadêmicos pentecostais no Brasil?
Eu conheço o Dr. Gordon Fee pessoalmente e isso que você fala é uma verdade. Agora, eu diria que o nosso problema no Brasil é falta de patrocínio. Eu viajo bastante e vejo isso em toda parte: a falta da disposição em apoiar os ensinadores. As igrejas não apoiam, as convenções não apoiam, os empresários cristãos não patrocinam. E quem vai pagar a conta? Estudar custa caro, muito caro. Resultado disso: temos talentos maravilhosos por aí que são desperdiçados. Eu mesmo recebo um volume enorme de escritos, pela misericórdia de Deus, na Casa Publicadora onde atuo como consultor doutrinário e teológico, e até do exterior, mas não há patrocínio da igreja pentecostal no Brasil a esses talentos.
E outra causa: o desestímulo. Muitos jovens e até velhos recebem o chamado divino para o ensino e a gente nota a falta de estímulo. Muitos nas igrejas dizem aos ensinadores que larguem tal tarefa. E dizem: - vamos buscar a Deus e deixemos isso pra lá, etc. Eu já vi casos até de pessoas chamadas ao ensino totalmente reclusas em suas igrejas. E aí vemos como a nossa igreja sofre nessa área. 
03) Nos últimos meses cresceu entre os assembleianos a velha (e boa) disputa soteriológica do protestantismo. De um lado, um grupo defende o revigoramento do arminianismo. Do outro lado, um grupo menor, mas não menos relevante, tem defendido o calvinismo. Ambos, e com muita razão, têm combatido o semipelagianismo que contamina muitos dos nossos púlpitos nas Assembleias de Deus. Como o senhor se posiciona nessa polêmica? 
Ótima pergunta. Essa questão é problema de equilíbrio. Sabemos que a Bíblia do princípio ao fim diz: “não vos desvieis, nem para a direita, nem para a esquerda”. A Bíblia nunca diz o contrário: “não vos desvieis, nem para a esquerda, nem para a direita”. E essa ordem não é por acaso. Por que digo isso? Eu já estudei na Europa e pesquisei bastante na Inglaterra, Escandinávia e na Alemanha e vi de perto a influência do calvinismo e, na minha visão, Calvino exagerou.  Coitado, ele não está aqui para se defender, mas Calvino exagerou, especialmente na questão da predestinação. E irmão Gilberto, a predestinação não está na Bíblia? Claro que está. Eu mesmo já escrevi um trabalho (paper) da predestinação à luz da Bíblia. A predestinação do calvinismo é um erro de interpretação, pois a predestinação bíblica é para quem já é salvo e eleição bíblica está em Cristo. Ora, o ensinamento de que uma “vez salvo para sempre” é antibíblico. A Bíblia trabalha com a ideia de apostasia. Mas, é claro, eles trabalham com tantos argumentos que nos cativa. Eu convivo muito bem com os irmãos presbiterianos, mas não posso concordar com esse desvio do equilíbrio bíblico.
O arminianismo está na Bíblia. Mas há também um desequilíbrio à direita, ou seja, um desequilíbrio para o lado certo. Há muitas coisas boas, mas existe também uma tendência ao exagero. Irmão Gilberto, qual é o exagero? Ora, o excesso de autonomia do indivíduo. E o neopentecostalismo nasce nesse contexto. O humano é tão autônomo que dá até ordens em Deus. Onde está na Bíblia essa ideia de “nova unção”, “movimento da fé”, “bênção de Toronto” etc.? Ou seja, são seres excessivamente livres ao ponto de determinar o modo de operar de Deus.
Eu já ouvi coisas que fiquei até gelado. Certa vez em um evento eu ouvi um pregador de origem pentecostal dizer: “Irmãos, precisamos desenvolver a nossa fé. A fé inata. A fé que temos desde bebês. Ponha a sua fé em ação, pois sua fé é inata. Ordene, pois inclusive você pode dar ordens para Deus. Ordenar a Deus é colocar a fé que está em você para fora”. Ora, isso é um erro grave. Um erro que me deixou gelado. A Bíblia não ensina esse conceito de fé inata. A fé sempre vem de fora, de Deus. A fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17) e pelo papel do Espírito Santo que produz fé. Isso é um arminianismo exagerado.
Evitemos os exageros. Fiquemos no centro. E para ilustrar lembro a passagem de Lucas 6. 6-11.  Jesus estava ensinando, e não pregando, e o auditório estava lá preso com as palavras de Cristo. E um homem estava presente com a mão ressequida igual a um palito. E o homem levantou-se após a ordem de Jesus. E Jesus deu uma segunda ordem: “fique em pé”, disse Jesus. Ou seja, uma coisa é se levantar diante do desânimo de viver uma vida sem poder trabalhar, pois na época de Jesus o que mais contava era o trabalho braçal, e outra é continuar em pé, que é justamente o mostrar ânimo e firmeza. E houve uma terceira ordem: para ele ficar no meio. Ora, quem sabe esse homem era um desequilibrado à direita ou à esquerda. Jesus manda o jovem voltar ao meio. E a última ordem foi para ele estender a mão. Essa história como metáfora ilustra a necessidade de ficarmos no centro. Ou seja, desviar à direita é exagerar do lado certo. E desviar à esquerda é o desvio do revoltado. O equilíbrio é o ponto para evitar o erro.
04) Quando se fala de pentecostalismo qual (is) é (são) o (s) livro (s), além da Bíblia, que o senhor considera como essencial para entender esse Movimento? E aí pergunto tanto em língua inglesa como em português.
Eu recomendo os livros do Dr. Stanley M. Horton. Outro livro que recomendo é o “Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais” (CPAD) editado pelo Rev. Thomas E. Trask. É muito bom.  Eu também sugiro o livro “Verdades Pentecostais” (CPAD), de minha autoria. Eu estou, inclusive, ampliando essa obra. Ela já era um resumo de uma obra maior sobre o assunto e, agora, continuo a ampliar o restante não publicado. E essa obra nasceu até como uma resposta às distorções do Movimento da Fé. E estou com três livros no forno que talvez sejam publicados neste ano. Uma das obras será sobre a família cristã e um outro sobre os paradoxos da Bíblia. 
05) O seu livro “O Fruto do Espírito” (CPAD) foi primeiramente publicado em inglês em 1984. O livro até hoje é referência sobre o assunto. Como foi o processo de escrita dessa obra? E por que esse assunto é relevante para o cristão pentecostal?
Na verdade não é a tradução de um livro, mas apenas parte de um trabalho didático de mais de 800 páginas que escrevi para uma universidade assembleiana dos Estados Unidos. O original é um comentário de Gálatas 5.22. O que temos aqui é apenas um resumo, uma parte.
O fruto do Espírito é um assunto essencial para o cristão. Por exemplo, entre os gomos do fruto temos a bondade e a benignidade. E alguém pode perguntar: qual é a diferença? Vamos ao grego. A benignidade no grego é a disposição eterna de fazer o bem. Deus sempre está sempre disposto a fazer o bem e nunca o mal. Assim é o cristão benigno. É um impulso, uma disposição para o bem. Já a bondade é a prática do bem. 
06) Como foi trabalhar com Donald Stamps na edição da Bíblia de Estudo Pentecostal (BEP)? E como era sua relação de amizade com Stanley M. Horton que faleceu recentemente?
Na metade da década de 1970 chegou ao Brasil um missionário chamado Donald Stamps. Ele foi morar em Campinas (SP). E na época eu estava morando em Campinas para trabalhar na EETAD (Escola de Educação Teológica das Assembleias de Deus). E ficamos amigos. Eu orientava Stamps no aprendizado do português e, também, o ajudei a conhecer pelo país a liderança pentecostal. Todo missionário, segundo as normas do Concílio norte-americano, precisava tomar essa atitudes. E certa vez, durante essas viagens, o irmão Stamps me falou: “Irmão Gilberto, estou percebendo que no Brasil há uma deficiência da liderança pentecostal com o conhecimento básico das nossas crenças”. E ele me disse que já tinha conseguido patrocínio com os norte-americanos para compor uma Bíblia de Estudo. E ele me pediu ajuda, especialmente com a tradução das notas, mas na ocasião não pude aceitar esse desafio.
Stamps levou a ideia do projeto ao seu chefe no setor de missões da Assembleia de Deus norte-americana. E ele disse: “Stamps, esse projeto não pode ficar restrito ao Brasil”. A ideia do projeto era justamente trabalhar uma Bíblia onde o assunto central era o trabalho do Espírito Santo com notas simples e práticas. E foi uma Bíblia feita com muita preocupação com o original grego e hebraico. Eu falava a Stamps sobre as regras da Sociedade Bíblica para que as notas não soassem infantis ao destoar com os originais. Quem ajudou Stamps com a tradução foi o Rev. Gordon Chown.
Quando Stamps acabou de escrever as notas do Novo Testamento ele começou as notas do Antigo Testamento. O projeto durou anos. No final, após sete dias da última nota escrita para o livro de Malaquias, Stamps morreu vítima de um câncer. Na ocasião eu estava nos Estados Unidos. Tive, após essa perda inestimável, a missão de continuar o projeto da Bíblia de Estudo. Pedi autorização do pastor José Wellington e ele me deu apoio para continuar o projeto. No total, o projeto durou 10 anos. E hoje a BEP está em 28 idiomas e é uma bíblia de estudo mundial que nasceu no Brasil.
O nome “pentecostal” não é por causa da Igreja Assembleia de Deus, mas sim porque o tema das notas gira em torno da pessoa e obra do Espírito Santo. No inglês é full life, mas não ficaria bem em português uma tradução literal para “vida plena”. Foi fruto de muitas horas de estudo e pela visão do irmão Stamps.
E sobre Stanley M. Horton eu felizmente o conhecia bem. Era um irmão querido. Alguns meses antes da morte dele consegui visita-lo em sua casa em Missouri (EUA). A Assembleia de Deus norte-americana mantém uma vila para pastores aposentadores e fui até lá. Ele ficou muito alegre com minha visita. 
07) Muitos pentecostais, inclusive pastores, continuam a propagar movimentos estranhos como “unção do riso”, “cair no Espírito”, “nova unção”, “atos proféticos” etc. No sentido de aconselhamento, se o leitor dessa entrevista congrega numa igreja assim qual deve ser a atitude dele? 
Em primeiro lugar, eu só aconselharia se eu conhecesse a pessoa ou se eu fosse solicitado a fazê-lo. É necessário cuidado para não ferir sensibilidades. Mas esses movimentos são frutos de falta de erudição e é difícil combatê-los, pois as pessoas acreditam nisso como uma verdade. Ora, “nova unção” não existe na Bíblia, o “cair no espírito” não está na Bíblia. O termo até existe, mas não no sentido de cair em massa no culto. O caminho correto nesses casos é fazer o que Jesus mandou, ou seja, discipular. Mas sabemos que discipular dá trabalho. Uma das maiores dificuldades das Assembleias de Deus no Brasil é o discipulado, mas falo do discipulado bíblico. Muitas vezes as pessoas estão até em salas de discipulado, mas não estão aprendendo a “seguir a Cristo”, ou seja, a serem pessoas que perseveram até o fim. O termo no original é muito forte, pois o verbo “seguir” está como em 1 João 2.6, ou seja, é alguém que anda “também” como Jesus andou. Muitas aulas de discipulado não passam até de entretenimento, música e alguma oração, mas nada de ensinamento. É necessário um despertamento na área de discipulado. Além disso, é preciso passar pelo batismo nas águas conhecendo bem a doutrina do batismo para que esse ato não seja mero mergulho. Outro passo importante no discipulado é buscar a plenitude do Espírito, é buscar sempre o conhecimento das Escrituras e, também, é necessário um apego no congregar. O nosso discipulado precisa urgentemente de despertamento. 
08) O senhor foi um dos primeiros pastores assembleianos a ter a coragem de diferenciar “doutrina” de “usos e costumes”. Infelizmente, ainda há igrejas assembleianas que ensinam que determinado costume santifica o crente, como se a santificação fosse um processo de fora para dentro. Com equilíbrio que lhe é característico, como o senhor aconselharia um crente que congrega numa igreja legalista?
Eu tenho uma obra não publicada sobre isso. É uma obra sobre doutrina bíblica e costumes humanos. É necessário voltarmos para Tito 2.10, pois ali vemos bem o termo “doutrina” muito bem definido. Porém, doutrina é teoria. A doutrina precisa transparecer em um bom costume. Todavia, é necessário todo cuidado para não transmitir a ideia que o costume seja salvífico. Costume não salva ninguém. A salvação está em Cristo. O costume deve apenas refletir a boa doutrina. 
9) Na sua opinião, qual é o maior desafio do pentecostalismo no século XXI?
O maior desafio é centrar-se na Palavra de Deus sem pender para os extremos da direita ou da esquerda. A esquerda é o lado do erro. A direita o é lado do acerto extremado. Devemos evitar ambos. Em Joel 2.28 está escrito: “Derramarei o meu Espírito”. Aqui o artigo é enfático e diferente de Atos, pois lá está escrito “do meu Espírito” (2.17). E o que isso significa? O artigo enfático no hebraico significa algo permanente, em profusão, e é real. Em Atos o “do” não enfático já denota uma profusão parcial. Portanto, o que temos em Atos é apenas em parte. Entendo nisso que haverá no final dos tempos um grande avivamento complementando a promessa de Deus para o profeta Joel. É um avivamento soberano, não produzido pelos homens, mas onde todos serão tomados por essa maravilha de Deus. Eu sou defensor dessa ideia a partir de uma leitura original.  Um avivamento maior virá e, eu até entendo, que influenciará a Igreja Católica positivamente. Será como um rio que toma tudo e destrói o que está na frente como quem varre com violência, mas no sentido positivo. A minha mensagem é positiva. 

Fonte: http://www.teologiapentecostal.com/2015/03/erudicao-e-piedade-uma-entrevista-com-o.html