quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Liderança: Uma Necessidade de Confirmação

Há muitos líderes que deveriam estar em outra posição, menos na liderança. Os líderes não são apenas escolhidos por homens, mas pela vontade soberana de Deus. Temos visto em muitas igrejas, líderes que não possuem nenhuma capacidade para liderar pessoas. Alcançaram a liderança por seu alto dízimo, ou pela morte do pai, ou por alguma influente família que há na igreja. É a vontade de Deus, e não a nossa, que deve ser feita assim na terra como no céu.
O ilustre escritor Michael Yossef, em seu livro O estilo de liderança de Jesus, escreve sobre a necessidade do líder ser confirmado antes de exercer a sua liderança. Para fundamentar sua tese, cita o clássico exemplo da liderança de Jesus. O evangelho de João mostra que Jesus estava sempre dando provas daquilo que afirmava acerca de Si mesmo.
Aplicaremos esse principio à liderança espiritual na igreja, observando o nosso maior exemplo, a liderança de Jesus.

1) O testemunho de João Batista (Jo 1.29) - João Batista foi o precursor de Jesus. Ele viu o Espírito Santo descer sobre Ele no Jordão. Vendo que Jesus se aproximava, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim” (Jo 1.29,30). João compreendia claramente sua missão e não quis ir além daquilo que lhe foi designado. Logo que Jesus se manifestou, João saiu de cena. Ele disse, com absoluta certeza: “Convém que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30). O papel de João foi como o de uma telefonista: logo que introduz a pessoa com quem precisamos falar, sai de cena.

2) O testemunho do Espírito (Jo 1.32,34) – O Espírito Santo abençoou Jesus na ocasião do seu batismo, quando desceu sobre Ele. E o Espírito permaneceu Nele (Jo 1.32-34). A presença do Espírito Santo deu a Jesus autoridade para falar e realizar milagres (Lc 4.36). Jesus não abriu mão do poder do Espírito Santo em sua vida e ministério. O Espírito desceu sobre Ele no batismo (Lc 3.21,22). Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo (Lc 4.1,2). Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia (Lc 4.14). Ele entrou na sinagoga de Nazaré, tomou o rolo do livro de Isaías em suas mãos e leu: “O Espírito do Senhor está sobre mim….” (Lc 4.18). A Bíblia é clara quando diz: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder….” (At 10.38).

3) O testemunho do Pai (Jo 5.37) – O próprio Pai que enviou a Jesus é quem deu testemunho a seu respeito: “O Pai que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim” (Jo 5.37). No Jordão, quando Jesus foi batizado, de forma pública o Pai deu testemunho acerca Dele. O evangelista Mateus registra as palavras do Pai: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). No monte da transfiguração, o Pai demonstra a singularidade do seu Filho e sua supremacia sobre Moisés e Elias, dizendo: “…. este é o meu Filho, o meu eleito; a ele ouvi” (Lc 9.35).

4) O testemunho das Escrituras (Jo 5.39) – O Antigo Testamento confirma o ministério de Jesus. Os patriarcas falaram Dele. Os profetas apontaram para Ele. Seu nascimento, seu ministério, sua morte e sua ressurreição foram profetizados. Jesus mesmo disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (Jo 5.39). Jesus é o centro das Escrituras. O A.T o profetizou; o N.T falou de sua vida, de seu ministério, de sua morte e de sua ressurreição. A Bíblia começa com a promessa de sua vinda (Gn 3.15) e termina com a promessa de sua volta gloriosa, sua vitória triunfante e seu reino eterno (Ap 19.11-21).

5) O testemunho dos discípulos (Jo 6.68) – Os discípulos acompanharam Jesus, ouviram seus ensinamentos, viram seus milagres, creram Nele, foram transformados por Ele. A seu respeito, disse Pedro: “…. Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6.68). Pedro também disse: “…Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Os líderes de hoje, certamente, não lideram com as mesmas qualificações singulares de Jesus. Mas o principio permanece: a chamada para a liderança precisa ser confirmada. Um líder é vocacionado por Deus, escolhido pelo povo de Deus e deve ser um referencial para os que estão de fora.
O apostolo Paulo instruindo a Timóteo sobre a ordenação dos oficiais da igreja, disse: “É necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (1 Tm 3.7).

Que analisemos nossas vidas e, principalmente nossas lideranças, se estas passam no crivo da Palavra de Deus. Nossa liderança foi confirmada por Deus, pela sua Palavra, pelo Espírito e pelos nossos irmãos? É tempo de revermos nossas lideranças e ver se estamos verdadeiramente fazendo o que Deus nos mandou, ou se estamos “trocando os pés pelas mãos” e assim, tomando o lugar que é do próximo.

Por: Pr. Marcelo Oliveira


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